tag:blogger.com,1999:blog-296694633833158167.post507785909705883192..comments2022-04-01T05:06:22.695-03:00Comments on UMA HISTÓRIA DE MUITAS HISTÓRIAS: FRAGMENTOS DA VIDA DE UMA ESTRELA.Carlinda Nuneshttp://www.blogger.com/profile/16772213534672748777noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-296694633833158167.post-22936601197288942782011-10-15T16:56:27.384-03:002011-10-15T16:56:27.384-03:00... Nos tempos de Dona Anísia, Júnia e Dida, as mo...... Nos tempos de Dona Anísia, Júnia e Dida, as moças de Seu Juvêncio, a educação em Itapetim era de outra estirpe. Tínhamos teatro, coral infantil,(dos quais participei) aulas de pintura, danças , oratória, declamação de poemas, etc. E o que mais estimulava a garotada é que essas manifestações culturais eram feitas publicamente. Nós éramos levados ao Salão Grande do Pe João Leite, e a cidade inteira ia nos assistir. Acho que nem mesmo elas sabiam da grandiosidade dos seus trabalhos desenvolvidos com a infância e a juventude de Itapetim. Talvez, quem sabe, já tinham conhecimento da "Paidéia" o ideal da educação na Grécia, pois entendiam que deviam dar educação para dar ao homem uma forma humana, tornando-o um cidadão. Talvez, quem sabe, esse meu jeito destemido de lidar com as questões políticas e sociais, respeitando o direito dos outros, sem abrir mão das minhas verdades, seja reminiscências do privilégio de ter vivido nos tempos em que os mestres se preocupavam mais com essa forma de educar, procurando construir o indivíduo de forma completa, integral e bem estruturado. Nos tempos atuais, os interesses, principalmente por parte dos governos, são outros. Não lhes interessam formar cidadão reflexivos, porque fica cômodo não ter oposição. A juventude vai sorvendo sabedoria com um único propósito, que é o de abrir portas para um emprego. Tudo virou uma questão meramente comercial.Pensar, filosofar, hoje está fora de moda, o tempo urge, a corrida atrás do vil metal não deixa tempo para o homem pensar no que está ao seu redor. Era dentro da escola que a gente aprendia as letras, língua estrangeira, música, expressão artística e cultural, bordados, pintura, desenho, canto, organização social e política, religião, enfim, aprendíamos a ser cidadãos na sua inteireza.<br />Não é saudosismo é confrontação com o que está acontecendo no mundo atual. As pessoas têm medo de contrariar interesses, ou se calam ou falam o que não pensam, para preservarem suas oportunidades. Não valem pelo que são, mas pelo que lhes dão. São produtos pré-fabricados pelo meio em que vivem. Não tiveram a oportunidade de fortalecer princípios, amalgamar ingredientes sólidos para a formação de suas personalidades. Por incrível que pareça, não troco a formação que trouxe, aos 18 anos,da terra em que nasci, por todos os cursos que fiz depois que cheguei à capital. Foi de moças como as de Seu juvêncio que aprendi a ter dignidade e responsabilidade com o futuro, porque nele viverão meus netos e minha posteridade, portanto não levarei ao túmulo o pecado da omissão. que dentre todos os outros é o mais grave.Obrigada, Dona Anísia, minha segunda professora, Dona Júnia e Dida por terem me tornado uma apaixonada pela educação, despertando em mim, ainda uma idade tão tenra, o gosto pelos estudos, pela arte, pela política, pela música, pelo teatro, pela religião, numa cidadezinha onde não tínhamos, sequer, energia elétrica, água encanada, televisão, revistas e jornais. Na escola, tínhamos apenas um quadro negro, um pedaço de giz e um mural de gravuras pendurado em um cavalete, para que olhássemos para elas e fizéssemos uma dissertação. Eu nunca esqueci da figura do burro comendo uma cenoura.Tanto é que hoje quando leio " O burro e a cenoura", logo me vem aquela figura à mente. Mas havia tanta criatividade que o pouco que tínhamos em bens tangíveis não fazia muita diferença para o aprendizado, principalmente, porque aquelas mestras abraçavam a profissão como um verdadeiro sacerdócio e só faltavam fazer mágica para que aprendéssemos seus ensinamentos. Saudades, muitas saudades da minha infância e das pessoas maravilhosas que fizeram parte do meu passado.<br /><br />Parabéns, Carlinda pela sua brilhante crônica.”Lusa Vilarhttps://www.blogger.com/profile/10464143754635827580noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-296694633833158167.post-64316715252843756622011-10-15T16:55:16.580-03:002011-10-15T16:55:16.580-03:00Quando chegamos a uma determinada idade na vida, s...Quando chegamos a uma determinada idade na vida, sentimos necessidade de fazer reflexões. Por que somos o que somos? Que caminhos escolhemos diante do livre arbítrio? Quem cooperou conosco para preenchermos as páginas em branco do livro da vida, além, é claro, dos nossos pais,pioneiros da nossa educação? A família e a escola são, reconhecidamente, as instituições responsáveis pela nossa educação, principalmente na infância quando ainda somos massa plasmática e podemos ser moldados.<br />Não somos produto do meio, isso já foi mais que provado. Mas somos influenciados por ele. E no momento das minhas reflexões, eu vôo de volta ao meu passado e me encontro pequenina, sentada nos bancos escolares do D. José Lopes, aprendendo a crescer com a saudosa mestre Dona Anísia, essa mulher virtuosa, prendada, de quem Carlinda soube falar tão bem. Talvez, as primeiras letras eu pudesse aprender sozinha. Mas, sozinha, jamais conseguiria a formação necessária para me tornar a cidadã que sou hoje.<br />O caráter dessa grande mulher que foi espelho nos tempos idos da minha infância, serviu para que nos tornássemos cidadãos formados na verdade, na justiça e na retidão.<br />Educar, para aquela mestra era algo muito mais profundo, não se limitava a instrução, a formação tão somente intelectual, que dá ao homem apenas o deslumbrante domínio das letras.<br />Continua ...Lusa Vilarhttps://www.blogger.com/profile/10464143754635827580noreply@blogger.com